O balanço final dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, realizados entre os dias 7 e 18 de setembro, no auditório do Rio Media Center . No dia 10 de setembro, o Parque Olímpico bateu o recorde de público ao receber 172 mil pessoas. Mais de 4.300 atletas participaram desta edição das paralimpíadas. Foram, ao todo, 1.488 medalhas distribuídas e 592 recordes quebrados, dos quais 208 mundiais.
Mostramos algo mais forte do que as nossas marcas já esperadas, a alegria, a hospitalidade e a capacidade do carioca de fazer festa. Mostramos ao mundo que esse país e essa cidade têm capacidade de entregar as coisas — disse o prefeito Eduardo Paes Paes, que participou da entrevista coletiva ao lado do presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e vice-presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, e do secretário estadual de Turismo, Nilo Sérgio Félix.
A cidade encontrou um modal alternativo e eficaz de transporte, que permitiu um deslocamento rápido e com conforto. Na Olimpíada já nos admiramos com a superação dos atletas, mas as Paralimpíadas são inigualáveis nesse aspecto. E esse é o desejo que queremos que as pessoas tenham em relação à nossa cidade, ao nosso país — acrescentou.
O evento atraiu 243 mil turistas à cidade, o que gerou R$ 410 milhões em receitas, com gasto médio de R$ 271,20 por dia. Um dos principais meios de deslocamento até o Parque Olímpico, o BRT Transolímpica transportou 8,138 milhões de passageiros (incluindo os sistemas troncal, alimentador e gratuidades), com média diária de 739 mil usuários. O maior fluxo foi registrado no dia 9 de setembro, quando 867,8 mil pessoas utilizaram o serviço, superando os 855 mil do dia 12 de agosto, durante a realização dos Jogos Olímpicos, que teve média diária de 700 mil passageiros. No período olímpico, entre 5 e 21 de agosto, 11,7 milhões de passageiros usaram o BRT.
Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e vice-presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, a venda de 2,1 milhões de ingressos para os Jogos Paralímpicos Rio 2016 em curto prazo de tempo mostrou que o público estava disposto a incentivar os atletas:
Estou muito orgulhoso de ser carioca e ser brasileiro porque os Jogos Paralímpicos tiveram dois protagonistas: os atletas e o público, com sua incrível participação e entusiasmo, que abraçou e entendeu a importância do evento. Por tudo isso, os Jogos do Rio mostraram que as pessoas com deficiência são cidadãos de primeira classe, já que aceleraram o processo de entendimento dos valores da acessibilidade, alterando a percepção das pessoas em relação aos deficientes.
O metrô registrou 765 mil entradas a mais no sistema entre os dias 5 e 18 de setembro, 512 mil na Linha 4. Ao todo, 8,2 milhões de passageiros foram transportados nas linhas 1, 2 e 4. Após funcionar apenas nos dias e horários das competições esportivas, a Linha 4 voltou a operar nesta segunda, das 6h às 21h, somente em dias úteis. A operação plena, entre 5h e meia-noite e também nos fins de semana, está prevista para começar até o fim de 2016. Os trens fizeram 491.544 embarques a mais no sistema entre 7 e 18 de setembro, totalizando 1.958.491 embarques durante os períodos olímpico e paralímpico.
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) carregou mais de 1,1 milhão de pessoas (1.103.275) em 5.457 viagens durante os Jogos Rio 2016. Entre 5 e 21 de agosto, 756.173 pessoas embarcaram em 3.306 viagens; entre 7 e 18 de setembro, 347.102 em 2.151 viagens. A demanda de passageiros cresceu inclusive nas barcas, que constataram aumento de 13% no número de passageiros transportados durante os Jogos Paralímpicos, com 815.914 pessoas usando o modal. No último fim de semana, o crescimento atingiu 79% em relação à média, quando 60.834 usuários viajaram para visitar, principalmente, as atrações do Boulevard Olímpico da Região Portuária.
Nas principais vias da cidade do Rio de Janeiro, a velocidade média melhorou 2,4% em relação a um dia comum. No entorno das instalações esportivas, não houve alteração da velocidade média em relação a um dia típico. O deslocamento dos atletas ocorreu no tempo estimado em 97,3% das vezes, com variação máxima de seis minutos. Ao todo, 50 vias foram bloqueadas no dia da cerimônia da abertura, em 7 de setembro; e 55 no dia do encerramento, dia 18 de setembro. A média de 25 bloqueadas por dia, entre 7 e 18 de setembro, não alterou a rotina da cidade.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabilizou 3.493 atendimentos nas mais de 70 unidades municipais, onde brasileiros e estrangeiros buscaram assistência médica. Do total de atendimentos, 860 foram para turistas estrangeiros, sendo 34 da Argélia; 28 do Reino Unido; e 24 do Egito. As principais causas de atendimento foram náuseas, vômito, dor lombar, dor de cabeça, hipertensão, mal-estar (fadiga), dor de garganta, diarreia e gastroenterite e exames (gerais e dentários). Dos atendidos, 98% consideraram o atendimento ótimo ou bom, mesmo índice alcançado entre 5 de agosto até 18 de setembro. Neste período, foram realizadas 17.016 atendimentos na rede municipal de saúde — 5.082 a turistas estrangeiros, sendo 204 dos Estados Unidos; 168 da Argentina; e 158 do Reino Unido. Entre os principais sintomas, registrou-se a aplicação de vacinas, ferimentos nos pés e tontura.
Na área de ordenamento urbano, as ações realizadas pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), rebocaram 508 veículos e multaram 931 por estacionamento irregular. As operações se concentraram no entorno dos locais de competição, orla, pontos turísticos e boulevards olímpicos. Ao todo, foram recolhidos 4.395 itens de comércio irregular e 405 pessoas (49 estrangeiros) multadas por fazer xixi na rua. O Centro de Operações Rio (COR) registrou 764 ocorrências operacionais no Primus (software utilizado para gestão de atividades em grandes eventos na cidade). Deste total, 84 aconteceram durante as Paralimpíadas. Os principais exemplos de respostas integradas foram atendimento a ocorrências que afetaram a mobilidade, resolução de problemas de manutenção e reposicionamento das equipes em campo. Um contigente recorde de 85 mil homens dos três eixos de coordenação participaram do esquema de segurança. Mais de 20 agências da área realizaram o monitoramento permanente a partir do Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova.
A Comlurb removeu 625 toneladas de resíduos das principais instalações paralímpicas e dos locais de maior concentração de pessoas (Boulevard Olímpico da Região Portuária e Miécimo da Silva, em Campo Grande). Foram mobilizados 1.450 garis, com o auxílio de sopradores, mini varredeiras, caminhões compactadores, basculantes, pipas, caminhões lava-jato, carro com lavadora de alta pressão, roçadeiras, dentre outros veículos e equipamentos. A colaboração do público com a limpeza da cidade colocando o lixo nas 5.200 lixeiras instaladas pela companhia fizeram com que os garis recolhessem 80% de lixo das lixeiras e 20% do chão. Ou seja, tiveram mais trabalho esvaziando os contêineres do que varrendo, o que agilizou os trabalhos.
No Parque Olímpico, a Comlurb atuou em todas as arenas, áreas externas e internas, de convivência, postos médicos e banheiros, removendo 204 toneladas de resíduos, sendo 192t de lixo comum e 12t de recicláveis. Para o trabalho foram escalados 972 garis. Todo material reciclável coletado foi entregue às cooperativas de catadores das Centrais de Triagem de Irajá e Bangu.
O Programa Lixo Zero aplicou 1.983 multas; 215 para turistas estrangeiros. O trabalho contou com 153 de agentes, no entorno e nos acessos de todas as áreas de competições e lives sites. A Comlurb e o movimento “Rio Eu Amo Eu Cuido” instalaram cinco lixeiras “Jogo Limpo”, em pontos de grande movimento, como a Praça 15, Lagoa Rodrigo de Freitas, Parque Madureira, Engenhão e Parque Olímpico. Os displayeres são equipamentos de dois metros de altura que foram instalados durante os jogos, convidando o público a votar, jogando seu lixo no espaço do país que achava que ganharia o maior número de medalhas olímpicas.
Números
Jogos Olímpicos
11.303 atletas
974 medalhas olímpicas
91 recordes olímpicos
27 recordes mundiais olímpicos
35 mil voluntários nos Jogos Olímpicos de 161 países e de todos os estados brasileiros
6,1 milhões de ingressos vendidos
54 empresas patrocinadoras em diversas categorias
207 delegações olímpicas de (205 países + atletas refugiados + atletas independentes)
350 mil horas de transmissão em 500 canais e 250 plataformas digitais
Jogos Paralímpicos
4.333 atletas
1.488 medalhas
592 recordes paralímpicos
208 recordes mundiais paralímpicos
15 mil voluntários de 119 países e 26 estados brasileiros
2,1 milhões de ingressos vendidos
32 empresas patrocinadoras em diversas categorias
160 delegações (159 países + atletas refugiados)
Recorde — 172 mil pessoas no Parque Olímpico no dia 10 de setembro: recorde de público nos dois eventos.
Trabalho — 1,79 milhão de empregos gerados, sendo 1,08 milhão de empregos diretos
Prefeitura – RJ